Brasil espera doações de até US$ 25 bilhões para o Fundo para Florestas Tropicais durante a COP-30

Escrito em 22/10/2025
Redação -


O governo brasileiro já anunciou uma contribuição inicial de US$ 1 bilhão e espera que outros países anunciem seus aportes durante a conferência; entre as principais potenciais doadoras estão EUA e Alemanha

O Brasil aposta alto na COP-30, que será realizada em Belém (PA), no próximo mês, ao apresentar o Fundo para Florestas Tropicais (Tropical Forests Forever Fund – TFFF) como uma das principais entregas do país durante a conferência. A iniciativa, considerada a maior ação multilateral climática já liderada por um país do Sul Global, busca arrecadar US$ 25 bilhões em doações internacionais para financiar a preservação das florestas tropicais.

O governo brasileiro já anunciou uma contribuição inicial de US$ 1 bilhão, e espera que outros países anunciem seus aportes durante a conferência. Entre os principais potenciais doadores estão Alemanha, Noruega, Reino Unido, França, Emirados Árabes e Estados Unidos, além de conversas em andamento com Japão, China e Cingapura.

Após atingir a meta inicial de US$ 25 bilhões em doações públicas, o Brasil pretende atrair até US$ 100 bilhões da iniciativa privada por meio da emissão de debêntures verdes.

Ao todo, 70 países com florestas tropicais poderão ser beneficiados, incluindo Brasil, Colômbia, Gana, Indonésia, Malásia e República do Congo, que participam ativamente das discussões. Peru e Bolívia também manifestaram interesse em aderir à iniciativa. O fundo reunirá nações das três grandes bacias florestais do planeta: Amazônica, do Congo, na África, e do Bornéu, na Ásia.

Fundo para manter as florestas em pé
Inspirado no Fundo Amazônia, o TFFF tem o objetivo de remunerar países por resultados na redução do desmatamento, destinando recursos diretamente às ações de preservação e às comunidades locais.

O modelo prevê pagamentos de US$ 4 por hectare preservado e penalidades de até US$ 400 por hectare desmatado, o que significa que países que ultrapassarem seus limites de destruição florestal podem deixar de receber qualquer repasse.

O desafio para rendimentos dos recursos
Os recursos do fundo serão aplicados em títulos de renda fixa internacionais, priorizando papéis de países emergentes, que oferecem rendimentos mais altos, e também títulos de empresas da Europa e dos Estados Unidos, considerados seguros e rentáveis. A expectativa é obter rendimentos de 7% a 8% ao ano, garantindo um retorno líquido de cerca de 2% a 3% após custos operacionais.

O Banco Mundial será o administrador financeiro do fundo, responsável por gerir os recursos, realizar os pagamentos aos países elegíveis e supervisionar os relatórios de desempenho. Cada nação deverá comprovar, com imagens de satélite, a manutenção de suas áreas florestais e o uso dos recursos em ações sustentáveis.

O diretor-executivo representando o Banco Mundial no Brasil, Marcos Vinicius Chiliatto, destacou o papel de liderança do Brasil na pauta ambiental global. “É um bem público global que o Brasil está promovendo, e o Banco Mundial tem muito orgulho de ser parceiro nessa iniciativa”, afirmou.

Por Rany Veloso - Jovem Pan


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